domingo, 6 de janeiro de 2008

AFINAL O AMOR, É COISA BOA OU NÃO?

De tanto ouvir comentários acerca desta coisa do Amor, decidi pesquisar em tudo o que era blog, sites, livros, manuais, enfim, pesquisei, pesquisei, quase até à exaustão, mas sem nada de conclusivo encontrar.

Prestes a baixar os braços, num mar de lágrimas e frustrações pensei:
Será que noutros séculos, noutras eras, quando tudo era mais simples e descomplexado, alguém teria escrito algo que me mostrasse a luz e me elucidasse acerca desta doença tão complexa de compreender e combater?

Novamente embrenhado em papiros e documentos seculares, encontrei um livro do Luís, não era um livrito qualquer, mas sim um verdadeiro “calhamaço” com umas centenas de folhas, o que tornou a minha busca mais morosa do que esperava, já que deveria estar concluída antes do Natal.
A obra intitulava-se Os Lusíadas e a certa altura deparei-me com um poema deveras desconcertante, mas que me elucidou por completo.
Seguidamente comentarei algumas frases que humilde e aleatoriamente transcrevi, estas revelam o brilhantismo do Poeta Luís e permitiram-me perceber perfeitamente o seu raciocínio sobre esta enfermidade e me motivaram a prosseguir para os capítulos seguintes.

Amor é fogo que arde sem se ver;
Se arde, deve-se combater.
É ferida que dói e não se sente;
Se doer, deve-se desinfectar e tratar até ficar completamente curado.
É um contentamento descontente;
Afinal é contente, ou descontente? De certeza que baralha e confunde os portadores e origina patologias psíquicas.
É solitário andar por entre a gente;
Perde-se a noção do ambiente e do mundo que nos rodeia.
É nunca contentar-se de contente;
Ri-se, ri-se, até não poder mais, está demente sem percepção da realidade.
É cuidar que se ganha em se perder;
Vendem tudo, pior que o vício do jogo.
É querer estar preso por vontade;
Uns querem evadir-se, estes entregam-se ás autoridades sem motivo aparente.
É servir a quem vence, o vencedor;
Servir? Escravidão? Algemas? Chicote? Puro masoquismo, em que mundo vivemos nós afinal?
É ter com quem nos mata lealdade;
Por acaso ressuscitamos? Se alguém me matar, como continuo a ser-lhe leal?
Notoriamente, o Luís retrata o tal síndrome do Amor como uma doença devastadora, uma verdadeira peste, e pelo que tive oportunidade de ler noutros documentos, a única cura é o isolamento total.

Mas por incrível que pareça há indivíduos que não estando curados completamente, iludem-se que sim e nesses casos uma recaída é terrível.
Ficam petrificados, engessados, embalsamados, amarrados, enfeitiçados, perdidos e outras coisas acabadas em “idos” e traduzindo todos estes adjectivos numa palavra só, ficam Apaixonados.
Quando o mal atinge estas proporções, é porque já venceu o coração e o cérebro, o coração cavalga tipo automotora e é quando o (a) gajo (a) já deixou de pensar, como que afectado por uma diarreia cerebral, e os neurónios são bombardeados com testosterona (como nos filmes de piratas quando se afundam os navios) perante tal ataque ficam como sopa.

Neste estado avançado, não se deve adiar o inevitável, casam-se, é aparentemente uma quarentena, só que nalguns casos prolonga-se por vários anos.
Se quisermos ser objectivos, esta é a medida mais adequada porque a doença fica restrita a um lar em vez de danificar e dizimar outras famílias.
Repararam porventura que até a cerimónia do matrimónio tem algo de sinistro, requer a presença de um padre! Á semelhança dos funerais, inclusive a certa altura na cerimónia do casamento ele refere “até que a morte vos separe” bem vistas as coisas, vai tudo dar ao mesmo, porque o casamento é o princípio do fim, esta promessa serve para evitar contaminação extra conjugal.

Existem pacientes que contaminam de vez em quando outros lares e cidadãos saudáveis, apenas desatentos e menos bem informados acerca desta peste do Amor, mas isso é tema para um próximo texto.
Termino com uma última questão, será que se fosse coisa boa, o logótipo da doença seria uma flecha cravada no coração?
Pensem nisto e mantenham-se saudáveis.

7 comentários:

meu cantinho disse...

AI AMIGO AMAR É AMAR SO E SIMPLESMENTE ISSO TANTOS CONCEITOS PARA QUE:))

Anónimo disse...

Como já disse no meu blog o amor para mim é coisa que me fez comichões e pronto... Curiosamente percebi à relactivamente pouco tempo que sou mais feliz e mais saudavel sem o amor... o amor é uma coisa que implica imensas coisas, assim de repente lembro me de... tempo dinheiro vontade.
Logo eu e o amor nunca nos demos mto bem a n ser agora :-)

MIM disse...

"Meu cantinho" tem toda a razão, gritemos então juntos e bem alto, VIVA O AMOR, LOL, obrigado pela visita e pelo comentário.

MIM disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Coragem disse...

Ora que vou eu dizer sobre o post aqui do Sr.Mim?
Comecemos pelo principio; Só vejo positividade nesta coisa do AMOR,
1º- fe-lo ler um pouco, perder tempo com cultura, sabe Deus ha quanto não o fazia...(brincando sem brincar)
2º- Ser persistente, batalhar pelo seu objectivo...(e ainda sem falar do dito)
3º- o Amor, não se comenta...SENTE-SE, pode arranjar mil maneiras para falar dele, pode tentar mostra-lo com jeito de quem brinca com as palavras, pode utilizar imagens. Fazer o que bem entender...Luis de Camões foi apenas mais um entre tantos que tentaram e muito bem falar de AMOR.
Mas cada um sente à sua maneira e descreve-o como melhor conseguir, e esta sua forma bem humorada, para mim significa e espero não me enganar, que você sabe amar...AMA.
E só por isso, pode brincar desta forma com sentimento tão sublime.
E desculpe se me enganei!!!
Fique bem

Maísa disse...

Gostei do texto.
Está muito bem conseguido, e gostei particularmente da parte que diz " outras coisas terminadas em idos", porque no fundo o amor é de tudo um pouco, e depois ficamos todos "idos", com tamanha entrega a que ele nos "obriga".
Isto do amor, afinal até tem muito que se lhe diga.(ahahah).
Outra coisinha só: " o amor é uma cobiça, corre o corpo todo e vai parar onde o diabo atiça", isto segundo um velhote daqui da aldeia.
Boas bloguices.
Beijito.

MIM disse...

TERNURA, obrigado pelo comentário, na sua aldeia, onde quer que ela se situe, têm uns ditados engraçados heheheheh.