Esta data dedicada ao dia do pai, passa muitas das vezes despercebida aos olhos da maioria das pessoas, será apenas negligência, descuido, ou será que os pais estão condenados à eterna indiferença por parte de quem os deveria felicitar?
O pai, salvo algumas excepções, deveria ser visto pelos seus descendentes como figura de destaque, exemplo a seguir, ombro amigo, confidente e companheiro, mas há quem jogue na equipa contrária.
Sendo apenas um figurante, nem na cor da chucha tem voto na matéria e, nem vale a pena tentar escolher o modelo, ou cor do carrinho do futuro herdeiro (a).
Infelizmente, desde os primeiros dias, esta figura é denegrida por parte da progenitora, cabendo ao Pai, unicamente as tarefas que ela despensa, como por exemplo, a troca das fraldas, o banho, as horas intermináveis de colo, até que a peste adormeça ou pare de chorar e, o biberão, ou seja todas as tarefas, sobrando apenas a árdua tarefa de exibir o rebento, colhendo ainda os louros de todas as parecenças.
Com a invenção constante de novas doenças, que a Comunidade Cientifica se vangloria diariamente de ter descoberto e, que abrangem exclusivamente indivíduos do sexo feminino, como por ex. a depressão pós parto (tretas); a Sr.ª mãe não faz népia, nestum, néribi, niente, está sempre, sempre cansada e com os nervos à flor da pele, dasss.
Com o desenvolvimento, a pequena peste desperta para os descobrimentos e, para as primeiras palavras, curiosamente, há sempre alguém que se empenha (obrigatoriamente amigo do pai) no ensinamento, de termos que uma vez utilizados na presença dela, resultam em perguntas como:
Com o passar dos anos, surgem travessuras e respostas inadequadas na ausência do velhote e, ela adverte-o:
Quando chegar o teu Pai vais ver como é!
À chegada do companheiro pergunta-lhe:
Sabes o que o teu filho fez?
Durante a aprendizagem na condução de velocípedes adverte:
Vê lá se deixas cair o teu filho!
Se estraga os ténis a jogar futebol:
Agora o teu Pai, que te compre outros!!
Na adolescência, se o rapaz é indeciso e namora com mais de uma ao mesmo tempo, sai disparada a frase mais célebre:
És igualzinho ao teu Pai!!
Se o aproveitamento escolar é mau, diz:
És mesmo burro, sais ao teu Pai!!!
Mas quem está de fora, vê as coisas de outro prisma e, das poucas vezes que culpa alguma é apontada ao velho, é quando numa discussão alguém diz:
” Aquele gajo é mesmo filho da mãe”
Longe vai o tempo, que ele era inigualável, o melhor do mundo, um homem de sonho, o Pai ideal para os filhos, o amante perfeito.
Anos passados, apenas é utilizado como comparativo de igualdade ou inferioridade.
Que vida ingrata, a vida de pai!